O Lobo da Árvore na Noite
Quando as trevas sinistras na floresta
Têm da Lua o clarão a amenizá-las
Desce da tua árvore, vem, resvala...
Sai à caça pela mata tão funesta.
Com teu forte rosnado tu me calas
E me avisas da morte que me resta...
Transforma meu corpo na tua festa!
Dilacera-me com pompas e com galas!
Prova do meu sabor na tua língua!
Rasga-me a carne, bebe do meu sangue!
Carrega minha vida (agora tua)...
A fome e o desejo, então à míngua...
Da luta, restarão seres exangues,
Exaustos, a uivarem para a Lua.
Ao lobo que vaga, sozinho, cuja presa, mesmo tão distante, já se encontra encurralada.
Valença, 23.01.2007
Gustavo Carneiro de Oliveira
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