(originalmente publicado em)
Rio de Janeiro, sexta-feira, 07 de dezembro de 2007.
Fração
Metade resoluta
De fração estendida ao infinito
(e que um dia terá fim)
Nunca só, mas incompleta
(não é tanto a que te baste?)
Metade que junta nacos,
Conquanto não sobejos
Seus sabores desviam da língua
Banquete de Tântalo esfaimado
Por tudo desejar, nada obtém
Metade que caminha
Segue o rastro das miríades
Fragmentos esparsos, perdidos
Aqui, ali, acolá, além
Sempre além, e cada vez mais...
Metade que não busca metade
Encontra pedaços, bocados
E os deixa e é deixada
Resta-lhe a certeza
Do Inteiro que jamais formará
Gustavo Carneiro de Oliveira
Rio, 05.12.2007
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