sábado, 24 de abril de 2010

Carpe Diem

Carpe Diem

Quando vires refletido o Sol no lar de Poseidon
Lembra-te de mim, aqui saudoso a desejar-te.
Faz de conta, se sentires aquecido o teu corpo,
Que não são os fulgores de Apolo...
Antes, que te enlaçam meus braços num abraço
E trazem teu corpo junto ao meu
(Como minh’alma ora se enlaça à tua!)

E se, nesta hora, resvala por teu dorso e tua fronte
Gotas de suor, salgado como o mar que vês....
E, ao sentires na tua pele a errante dança das águas
Finge que te fazem cócegas meus dedos
A deslizarem, plenos de desejo, sobre tuas costas;
Repletos de ternura, sobre teus olhos

E assim, quando à noite, a nostalgia te buscar
E Morfeu puxar tuas mãos ao leito vago
Faz do teu travesseiro o meu peito
E repousa tua cabeça, sobre a qual desce a cortina
Salpicada de brilhos, inobstante escura...
Dorme! E deixa que o onírico momento
Te conduza a mim, que longe, amargo tua falta.

Se, no entanto, tua mente te trair
E morrerem tua fantasia e faz-de-conta
E do Sol não te bastar o calor como um abraço,
E não extraíres uma carícia do teu suor,
E teu travesseiro não arfar como meu peito,
Vem! Bate à minha porta e entra!
Prende-me em teu corpo, dá-me tuas mãos!
Deita-te ao meu lado e dorme comigo
Então, prolongarás um dia memorável
Ao qual se seguirá noite tão sublime!

Gustavo Carneiro de Oliveira,
Rio, 09 de fevereiro de 2009

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